Urgências pressionadas. Três serviços fechados e vários condicionados

As urgências dos hospitais estão sob pressão com o aumento dos casos de gripe. Um quadro que pode piorar nos próximos dias com o agravamento do frio ditado pela chegada de uma massa de ar polar.

Carlos Santos Neves - RTP /
Nuno Patrício - RTP

As urgências de ginecologia e obstetrícia dos hospitais do Barreiro e de Setúbal estão esta terça-feira encerradas. A sul, no Hospital de Portimão, só a urgência obstétrica mantém as portas fechadas. Sete urgências do Serviço Nacional de Saúde funcionam com condicionamentos.

Um dos serviços que está a funcionar de forma condicionada é a urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Braga, onde apenas são atendidos casos internos ou referenciados por CODU, INEM e Linha SNS24.O bloco de partos do Hospital do Barreiro só deverá reabrir no próximo dia 3 de janeiro

Outras urgências estão igualmente condicionadas, recebendo somente utentes encaminhados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes.

São os casos dos serviços de urgência de pediatria do Hospital de Vila Franca de Xira, Beatriz Ângelo, em Loures, e Barcelos, em determinados períodos do dia. Verifica-se situação idêntica na obstetrícia dos hospitais de Amadora-Sintra, Santa maria da Feira e Santarém.
Gripe pressiona hospitais
Os casos de gripe têm vindo a aumentar, pressionando os serviços de urgência. E 80 por cento das pessoas internadas em cuidados intensivos não foram vacinadas.
A mortalidade está acima do esperado para esta fase do ano. Nos últimos sete dias, morreram mais 159 pessoas do que seria expectável.


Ao início da manhã desta terça-feira, no Hospital Amadora-Sintra, uma das unidades do país mais pressionadas nos últimos dias, os utentes com pulseira amarela enfrentavam um tempo de espera de cerca de 14 horas, como constatou a equipa de reportagem da RTP no local.
Em Coimbra o plano de contingência foi entretanto elevado para o nível 2, perante os níveis de propagação da gripe.

“Ativarmos o nível 2 decorre mesmo deste aumento do número de doentes com infeções respiratórias. Estamos a falar de cerca de 20 por cento dos doentes, a grande maioria deles com influenza A”, explicou Alexandre Lourenço, presidente da ULS de Coimbra.
Apelamos a todos os utentes para que acedam aos seus médicos de família, ao SNS24, aos centros de atendimento clínico e evitem as idas às urgências. Na prática, ir às urgências só quando for estritamente necessário", prosseguiu o responsável.

"Nos centros de saúde, conseguem ter um atendimento muito mais próximo, nos centros de atendimento clínico com acesso a exames, raio X, análises sanguíneas, ECG, portanto conseguem resolver todo o seu problema para infeções respiratórias. E evidentemente mantemos toda esta capacidade nos nossos serviços de urgência para situações mais graves”, concluiu.
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